quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sonho doce


Silêncio.

Finalmente silêncio.

Esticada numa cama vazia, com o corpo dorido e exausto, sinto uma solidão imensa e intensa que me rasga o pensamento...sonho, agora sonho com o fim-de-semana apenas. Egoísta e só meu! Dentro de mim tenho uma força que me consome, me deixa eléctrica e ao mesmo tempo vulnerável.

Ela é frágil...mas é doce. Sonha. Quer. E acredita.

O corpo mexe-se, não tem posição certa. Virada de barriga para baixo, as pernas colocadas de forma triangular, a cabecinha virada para o lado esquerdo, ela, ela mulher, que também é menina, tem na sua boca um dedo que chupa, chupa numa doce tentativa de adormecer no seu próprio colo. Enquanto isso, os minutos que permanece acordada preenche-os com sonhos muito vagos...mas saborosos.

Ela quer no toque do corpo, um homem capaz de a satisfazer na vida e na cama (Raridade rara!). Ela quer ser levada à loucura e ao extremo do prazer que só tem em sonhos e que a fazem vir durante o sono e acordar com o encolher das pernas, quando o seu orgasmo põe o corpo a tremer.

Mãos que se encontram no ar. Tocam-se. Investem uma na outra. Procuram-se. Sentem-se e desejam-se. Bocas que se olham de tesão enquanto o peito acelera com a respiração. A pele solta o sal e a pimenta...eu solto na minha boca um chocolate com especiarias, um açafrão das índias que me cai na cama, doce em sonhos, picante em mim, leve e sedutor...Amor...

Os corpos movimentam-se porque se querem comer. A fome aperta, agoniza, forte, fraca a carne que nos cobre, sem lençóis. Um só corpo. Despem-se juntos no silêncio, a meia-luz, não há vazio, há vontade. Há vontade de foder muito com o mel que trazem dentro de si e fazem questão de fazer com que cada um beba desse néctar, o melhor dos doces, escorrido, garganta abaixo...cobre-nos...Sacia-me!


Aquece-me em ti!
Procura-me!
Abre-me!

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