sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sensações

Tenho o peito coberto de lágrimas...uma fusão de sentimentos que cresce em mim como um vulcão que entra em trabalho de parto.
Horas!
Vejo uma imensidão de coisas ao meu redor; sonhos sobre sonhos, ideias sobre ideias, rectas sobre rectas, linhas desniveladas, imagens desfocadas.
Ruptura!

Fecho os olhos...e ao som de Bruno Coulais, dou entrada com o meu corpo num templo de serenidade e alegria, algo que hoje não sinto, mas lá...dentro desse monumento imaginário, o sorriso e a sensação de ascensão plena é perfeita...
Fujo.

Quase adormeço.

A envolvência com o instrumental de fundo consegue deixar-me em estado de hipnóse.

É leve.
Consigo correr em busca do prazer.
Confesso que tenho um sorriso malandro e que agora trinquei os meus lábios e entrei em sedução...os bombos...

Arrepiada com uma doce voz de anjo, que faz sentir perto do meu espirito o céu.
Clareza.

Flautas e harpas, rasgam-me em ventos de mudança. Oprimida.

Transformo-me em Natura. Rego a minha própria flor com o som da água, do vento, dos pássaros e vejo-me nela suspensa a dois palmos do chão.

O mar.
Ele persegue a areia num sucessivo acasalamento. Enrolam-se como na música. A brisa é a sua dama de honra...e eu...eu observo.
Quiéta.

Rochedos elevam-se na minha frente. Gigantes pedras sobrepostas entre elas. Natureza viva que vai ao encontro do seu próprio bem-estar. Os meus pés saltam sobre elas. Procuram. Vagueiam. Deixo-me levar transportada pela carência afecta e pela solidão. Estou só eu e o mundo.
Equilibrio.

Gotas caiem das folhas numa separação que vejo minha...e que dá à terra um novo sentido. Não doi. É frio apenas. Gela por vezes e passa...
Não quero sair deste lugar que tanto me encanta. Desejo ficar. Não posso, porque o dever da vida mortal chama-me para uma história presa em silêncio.
Ama-se.




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