segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Séca

Dias de chuva intensa, uma manhã coberta de frio e um acordar que não foi de todo o melhor...a respiração presa e por escassa nesga saio de um sono que não me roubou a vida. Estava presa no inferno. Tudo se tornou claro e vivo aos meus olhos mal consegui sair do buraco que me continha o ar. Alivio. Estou viva. Sinto na minha pele a felicidade de abrir os olhos e ver a luz...mas a culpa foi minha.

Com o mundo todo ao contrário, vivemos no meio intensificado de reticências e interrogações continuas e esgotantes. Perdemos a paciência e murmuramos muitas vezes para lados que não nos interessam...exactamente como eu faço. Concentração? Não existe. No meio do caos é preciso dose dupla de persistência.

Em dose tripla vive-se assim ..."Eu tenho fome de ti...tenho fome de palavras...do som da tua voz...do gesto...das tuas mãos a tocarem a minha face...do teu corpo...da penetração exaustiva e quente..."

No meio de tanta água vivo uma séca de coisas banais aos olhos dos comuns mortais, sendo que aos meus vivo uma séca de sentimentos amarrotados como se fosse uma camisola acabada de sair de uma lavagem a altas temperaturas e tivesse mingado...
Reticências...

Calma...digo-me...ouço-me...entro em estado pleno de raivinha pequena.

Nada me chega hoje e tenho sede de mais. Ora, no meio de tanto meter água, não deverá ser dificil inventar mais alguma.

No telefone...silêncio. Num espaço...nada pior que o vazio...e em mim? Nada pior do que o cansaço de nada.

Tem piada, faz lembrar a tabuada...em que um vezes o outro, dá qualquer coisa, e por conseguinte, esse qualquer coisa, é sempre maior do que anterior...Entenderam?
É simples!!

O dia de hoje resumiu-se a nada...ou pelo menos...quase nada.
Isto só porque houve algo que o preencheu na minha quase essência...


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